sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Os pequenos que expressam muito

Eu tenho um defeito muito grande na hora de comprar um livro, opto quase sempre pelos pocket books, chamados também livros de bolso, com menos de 200 paginas. Assim acabo rejeitando um livro que poderia ser ótimo por me parecer muito extenso. Mas eu tenho um porquê disso, dessa mania. Minha bolsa é meu mundo, raras vezes alguém me pediu algo que não houvesse dentro da minha bolsa e para que tudo ande em ordem e eu consiga conciliar todo o aparato que me mantém viva fora de casa mais o meu prazer de ler, escolho aqueles livros que caibam em qualquer cantinho, inclusive na minha bolsa.
Mas voltando ao defeito, ele me salva de certa forma, porque há muitos livros pequeninos que não cabem no seu tamanho. Deixa eu explicar...

A pouco terminei de ler um clássico pela Editora Agir selo Pocket Ouro, "Le Petit Prince"de Antoine de Saint-Exupére, um livro que define o que acabei de escrever, não cabe em seu tamanho.
São 91 páginas (contando os desenhos) que descrevem muito sentimento, reflexão, inocência, em pouquíssimas palavras, numa história tao curta,tao sincera e muito original.
A história começa com um aviador (narrador) contando que desistiu da carreira de pintor pelo trauma de nenhum adulto na sua infância entender o significado de seus desenhos. Por conta disso, rendeu-se por fim a sempre viver só até que em um de seus vôos é forçado a fazer um pouso de emergência no deserto do Saara. No dia seguinte é despertado por uma voz de menino que lhe pede um desenho. Espantado o aviador tenta entender se o que esta vendo é real ou fruto da sua imaginação. Inicia-se ali um diálogo entre o personagem que dá nome ao livro e o aviador. Um diálogo que narra a origem e destino daquele pequeno ser, suas visitas a outros planetas e suas descobertas pela Terra até conhecer o aviador e tornar-se seu único amigo.
Um livro maravilhoso porque mostra como questionamos tudo quando criança, mostra em curtas palavras grandes mensagens de carinho, afeto e amizade. Difícil não se identificar com a história, todos fomos crianças um dia, em que cada novidade era um novo mundo, um novo planeta descoberto, que saciava nossos desejos, nos fazendo seguir adiante sem vontade de parar num só lugar. O livro é classificado como infanto-juvenil mas me parece feito para adultos, para recordar-nos de como fomos inocentes um dia. Sim, perdemos nossa inocência, naturalmente a vida nos faz crescer (não só em tamanho) e aprender como viver neste mundo, mas tenho certeza que ao lerem O Pequeno Príncipe resgatarão suas lembranças de como foi bom ser pequeno. Piegas? Um pouco, mas ao lerem entenderão do que falo. Recomendo este livro que, apesar de pequeno, tem um grande valor para nós, adultos "sérios" (sérios porque no livro O Pequeno Príncipe fala que todos os adultos são muito sérios e não entendem o que ele diz).

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